A Ciranda

Outrora, os trabalhos do campo eram feitos apenas com as mãos, a força do corpo e o engenho simples dos utensílios criados com sabedoria ancestral.

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Aqui podemos encontrar uma grande variedade de expressões artísticas, predominando a arte popular. O artesanato produzido pelos nossos sócios é, em grande parte, utilitário e revela uma ruralidade quase extinta, transformada pelo saber aprofundado das mãos dos artesãos.

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Áreas que se trabalham na Ciranda

Artes Decorativas

As artes decorativas nascem da união entre o belo e o funcional.
Da cerâmica pintada à tapeçaria tecida à mão, da madeira esculpida ao vidro trabalhado, as artes decorativas preservam técnicas ancestrais enquanto incorporam novas linguagens. Mais do que adornos, essas obras carregam identidade, história e sentimento.
As artes decorativas revelam que a beleza também habita nas coisas simples — nas mãos que moldam, bordam, pintam e esculpem com amor e intenção.
Cestaria

A cestaria é uma das mais antigas formas de artesanato, nascida da necessidade e transformada em arte pelas mãos que entrelaçam a matéria com paciência e saber. Ramos de vime, cana, silva, junco ou palha ganham forma em cestos, esteiras, utensílios e peças decorativas, cada um com uma história que atravessa gerações.
Mais do que objetos, os cestos carregam memórias: dos campos ao lar, do trabalho diário à expressão criativa. A técnica exige precisão, sensibilidade e respeito pelo tempo da natureza — pois o material é colhido, preparado e tecido de forma quase ritual.
Na cestaria, reconhecemos a sabedoria do fazer com as mãos e o valor das coisas simples. Uma arte que resiste, se reinventa e continua a entrelaçar tradição e identidade.
Empalhamento

O empalhamento é uma arte discreta, mas cheia de significado. Técnica tradicional muitas vezes associada à renovação de cadeiras, bancos e assentos, consiste no entrelaçar manual das fibras naturais — como palha, junco, cana ou vime — criando superfícies firmes, resistentes e visualmente marcantes.
Mais do que uma simples reparação, o empalhamento é um gesto de cuidado e continuidade. Cada cruzamento de fibras revela o ritmo das mãos que sabem o tempo certo de apertar, trançar e firmar. É uma prática que preserva objetos e memórias, mantendo viva uma herança feita de paciência e destreza.
Hoje, o empalhamento é também redescoberto como expressão artística e ecológica, onde o passado conversa com o presente através do gesto artesanal.
Pintura Alentejana de Móveis

A pintura alentejana de móveis é uma expressão singular da identidade e da alma do Alentejo. Com traços delicados e cores vivas, transforma móveis simples — como arcas, cómodas, mesas e cadeiras — em verdadeiras obras de arte popular.
Flores, ramagens e outros motivos ornamentais são pintados à mão com uma linguagem visual que atravessa gerações. Mais do que decoração, cada peça carrega símbolos de afeto e beleza — reflexo de um modo de vida ligado à terra, ao tempo lento e à sensibilidade do quotidiano rural.
Esta tradição, passada de mestre para aprendiz, preserva o saber fazer com autenticidade e emoção. A pintura alentejana de móveis não só embeleza os espaços, como conta histórias silenciosas de uma região onde a arte sempre habitou nas pequenas coisas.
Pintura em Tecido

A pintura em tecido é uma arte delicada onde o pincel encontra a leveza do pano para contar histórias em cor. Cada traço, cada flor, cada forma pintada à mão carrega a marca única do artesão, transformando tecidos simples em peças cheias de vida e identidade.
Seja em toalhas, lençóis, aventais, cortinas ou vestuário, a pintura em tecido alia tradição e criatividade, dando nova expressão ao quotidiano. É uma arte que exige paciência, sensibilidade e domínio técnico, mas também liberdade — pois o tecido aceita o gesto e o transforma em beleza duradoura.
Com raízes na arte popular e no trabalho manual, a pintura em tecido continua a encantar pela sua versatilidade e pelo calor humano que carrega em cada detalhe.
Costura

A costura é muito mais do que unir tecidos — é a arte de ligar histórias, memórias e afetos com linha e agulha. Cada ponto dado à mão ou à máquina revela cuidado, paciência e saber acumulado ao longo de gerações.
Presente no quotidiano e na tradição, a costura acompanha momentos importantes da vida: roupas feitas à medida, enxovais bordados com amor, pequenos reparos que prolongam a vida das coisas. É uma prática que valoriza o detalhe, a economia, a criatividade e o gesto íntimo de transformar matéria em utilidade e beleza.
No artesanato, a costura ganha novas formas: dá corpo a bonecas de pano, acessórios, almofadas, sacos e tantos outros objetos onde o feito à mão é também expressão de identidade e afeto.
Trapologia

A trapologia é a arte de criar objetos através da reutilização de trapos, tecidos e retalhos, dando nova vida a materiais que poderiam ser descartados. Esta técnica tradicional transforma pedaços de pano em tapetes, bolsas, almofadas e peças decorativas, combinando criatividade, sustentabilidade e saber fazer.
Mais do que reaproveitamento, a trapologia é um testemunho de engenho e consciência ambiental, valorizando o trabalho manual e a cultura popular. Em cada peça, as cores e texturas entrelaçam-se para contar histórias de economia, arte e respeito pela matéria-prima.
No artesanato contemporâneo, a trapologia é também um convite para olhar para o velho com olhos novos — reinventando o passado para construir o futuro.
Trabalhos em Cortiça

A cortiça é um tesouro natural de Portugal, e no artesanato ganha vida em formas que aliam tradição, criatividade e sustentabilidade. Extraída do sobreiro, a cortiça é leve, resistente e versátil — perfeita para criar objetos únicos, desde acessórios e bijuterias até peças decorativas e utilitárias.
Os trabalhos em cortiça refletem o respeito pela natureza e o talento dos artesãos que transformam este material nobre em arte contemporânea, preservando técnicas ancestrais e inovando em design. Cada peça é um convite para sentir a textura, a cor e a história do Alentejo, terra dos sobreiros e das mãos que os trabalham.
Assim, a cortiça não é só matéria-prima, mas também símbolo de identidade, cultura e sustentabilidade.
Bijuteria

A bijuteria artesanal é o encontro da criatividade com a delicadeza, onde materiais variados ganham forma e vida nas mãos dos artesãos. Colares, brincos, pulseiras e anéis deixam de ser meros acessórios para se tornarem expressões únicas de estilo, cultura e personalidade.
Feita com técnicas tradicionais ou inovadoras, a bijuteria valoriza o detalhe, a originalidade e o toque humano, celebrando a beleza do feito à mão. Cada peça carrega consigo uma história e a emoção de quem a criou, transformando simples adornos em pequenas obras de arte.
Reutilização de papel

Simples à primeira vista, o papel é uma matéria-prima de infinitas possibilidades no mundo do artesanato. A sua leveza, textura e versatilidade permitem criar desde delicadas flores e objetos decorativos até peças utilitárias, como cestos, embalagens ou cadernos artesanais.
Transformado por mãos hábeis, o papel ganha vida nova através de técnicas como o origami, a colagem, o papel machê, a encadernação manual ou a reutilização criativa de papéis reciclados. É um exemplo claro de como materiais do dia a dia podem tornar-se arte — com sensibilidade, paciência e imaginação.
Mais do que um suporte para a escrita, o papel, no artesanato, é expressão, sustentabilidade e tradição reinventada.
Bordados

Os bordados são fios que tecem histórias, tradições e emoções em cada ponto cuidadosamente feito à mão. Esta arte ancestral transforma tecidos simples em verdadeiras obras de delicadeza e expressão cultural, onde cada desenho carrega símbolos, memórias e identidade.
No Alentejo e noutras regiões, o bordado é parte essencial do património popular, presente em roupas, toalhas, almofadas e peças decorativas. Mais do que ornamentação, é um gesto de paciência, criatividade e amor, passado de geração em geração.
Cada ponto bordado é um elo entre o passado e o presente, um diálogo silencioso entre o artesão e o tempo, que valoriza esta arte em símbolo de cuidado e beleza duradoura.
Joalharia

A joalharia é a arte de transformar metais preciosos e gemas em peças únicas que carregam significado, beleza e tradição. Mais do que simples adornos, as joias são símbolos de identidade, memória e emoções, muitas vezes passadas de geração em geração.
Esta arte exige grande domínio técnico, criatividade e sensibilidade, unindo o rigor da ourivesaria à expressão pessoal do joalheiro. Cada peça é trabalhada com precisão e cuidado, revelando o brilho e a delicadeza que tornam a joalharia uma forma de arte milenar.
No artesanato, a joalharia mantém viva a herança cultural e valoriza o feito à mão, celebrando a beleza eterna do metal e da pedra preciosos.
Estampagem em Tecido

A estampagem em tecido é uma técnica artesanal que transforma superfícies simples em verdadeiras telas de criatividade. Por meio de carimbos, moldes ou impressão manual, padrões e cores ganham vida, criando desenhos únicos e cheios de personalidade.
Essa arte alia tradição e inovação, permitindo que o artesão personalize tecidos para roupas, acessórios ou peças decorativas, sempre com um toque manual que torna cada estampa especial e exclusiva.
A estampagem em tecido é, assim, uma forma expressiva de dar cor, forma e identidade ao mundo têxtil, preservando o saber fazer e a beleza do trabalho artesanal.
Reciclagem de Materiais para Uso Pessoal e Decorativo

A reciclagem de materiais é um convite para olhar o que parece descartável com olhos novos, transformando resíduos em peças úteis e belas. No artesanato, esta prática une criatividade, consciência ambiental e tradição, dando nova vida a objetos e materiais que seriam esquecidos.
De roupas antigas a vidros, plásticos e papéis, tudo pode ser reinventado para uso pessoal ou decorativo. Bolsas feitas com retalhos, vasos coloridos a partir de garrafas reutilizadas, ou móveis renovados com técnicas simples são exemplos de como a reciclagem promove sustentabilidade sem abrir mão da estética.
Ao reaproveitar materiais, o artesão não só reduz o impacto ambiental, mas também celebra o valor do feito à mão, da inovação e do cuidado com o planeta.

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